''Love makes things possible, not easy'' (O Amor torna as coisas possíveis, não fáceis.).
Esta frase consta num quadro pequenino, cá em casa.
Adoro a frase. Representa algo em que acredito.
Podia aplica-la a vários tipos de Amor. Mas quero aplica-la apenas a um. Ao de Amar a mim mesma.
Tornar-me a comandante da minha vida, deste meu navio, foi uma das coisas que mais queria fazer e mais medo tive. Colocar-me em primeiro lugar, acreditava eu, erradamente, era um sinal de puro egoísmo.
Como seria eu capaz de me colocar em primeiro lugar, se sempre fui educada, em casa e socialmente, que para ser uma boa mãe, teria que colocar os meus filhos, a minha frente? Como??? Bolas....
E a culpa? Se o fizesse, depois, iria-me sentir julgada e culpada, pensava eu. Não percebia bem, e estava confusa. Queria arriscar, mas faltava-me uma peca desse puzzle, para que eu o conseguisse começar a encaixar.
Isso foi o que me fez criar mais medo e resistência. Desconhecia a existência de alguém, no meu leque de amigos e familiares capazes de me explicar como faze-lo. Foi um caminho árduo e solitário, mas eu estava determinada a seguir em frente sozinha e arcar com todas as consequencias, sozinha também. Acredito que todas as nossas escolhas tem consequencias. Toda a minha vida e o resultado das minhas escolhas. E atenção, que só aprendi que só existem escolhas erradas, quando as escolhemos em função dos outros, em vez da nossa.
Sempre que a vida nos obriga a escolher (e acreditem, que passamos os dias a faze-lo, sem nos darmos conta) se o fizermos convictos, de que o estamos a fazer, respeitando a nossa própria vontade e convicção, escolhemos apenas coisas que nos vão levar a nossa felicidade. Coisas certas, portanto. Incluindo, algumas lições, mais dolorosas. Olharemos para elas e perceberemos, imediatamente ou não, que esse momento nos foi benéfico, para mudarmos e com essa mudança, crescermos.
Acredito que socialmente, somos já ensinados a anular-mo-nos em prol dos outros. De todos os outros.
Mas depois, que fazemos? Culpamo-nos??? Não. Culpamo-los!!!
Não nos culpamos. Não, nada disso. A culpa e sempre dos outros. Ate porque foi pelos outros que escolhemos, isto ou aquilo, na nossa vida. Eu pelo menos, fui durante mais de 38 anos. Por isso, sei como pensava e agia. Todos cometemos os mesmos erros. Não és só tu ou eu. Mas então, isto quer dizer que podemos mudar as nossas escolhas, se assim e quando o entendermos? Claro que sim!
Acredito que a sociedade, nos hipnotiza, com crenças e credos distorcidos. Como tal acontece, desde crianças, não questionamos e apenas obedecemos, como bons filhos. Deixamos de ser seres humanos, passamos a existir apenas, enquanto humanos hipnotizados. Com o intuito a que não sejamos seres.
Não acredito no diabo! Mas, hoje ou amanha, se tiver que explicar isso a um filho meu, dir-lhe-ei que o sentimento de Medo, será a personificação do diabo. Explicar-lhe-ei que ele encontrara muitos pela vida fora. E que cada um dos medos serão pequenos diabos, e que serão todos derrotados, pela sua Coragem. E que cada vez, que ele tiver a Coragem de derrubar um qualquer medo, ele estará a ser um Guerreiro. Estará a lutar pela sua Felicidade. Mas atenção. Explicar-lhe-ei também, que poderão existir muitos bons guerreiros, mas o que o fará distinguir dos demais, será o tempo que ele perdera com ele mesmo, na procura das suas fraquezas. Porque o maior dos Guerreiros será sempre o que conhecera bem, as suas próprias fraquezas. Tal como um bom comandante de um qualquer navio. Os melhores, serão sempre os que conhecem as fraquezas dos seus próprios navios. Porque? Porque sabem, que não são perfeitos, esses navios. Mas que ainda assim, aceitam navega-los, orgulhosamente.
Conseguem perceber esta metáfora, e identificarem-se como os comandantes das vossas vidas, procurando assim as vossas próprias fraquezas?
Porem, para isso, não basta querer. Desenganem-se.
Tem que se querer o bastante para passar para a acção. Isto sim, faz a diferença.
Por isso e que iniciei este texto, com a tal frase. Amar-mo-nos torna as coisas possíveis, mas não fáceis, lembram-se?!
Tenham a Coragem, que muitas vezes associo a uma espécie de Fé, e derrubem os vossos Medos, um a um, sendo assim, verdadeiros Guerreiros, reclamando, algo que já e vosso por direito, a vossa Felicidade.
Tenham a Coragem de procurarem e aceitarem as vossas imperfeiçoes, tal como um bom comandante do vosso navio.
Reavaliem a vossa vida, parando e analisando. Procurem ajuda, se assim o entenderem.
Procurem o que vos da prazer absoluto pessoal e profissionalmente.
Substituam as vossas supostas expectativas por esperanças ou Fé, os resultados serão completamente diferentes.
Procurem os vossos Sonhos e coloquem-se em acção, tal qual um verdadeiro navio. Para chegar a um destino, tem que navegar por aguas, nem sempre calmas. As vezes, poderão ser turbulentas, mas não foi para ficar atracado, no porto, que ele foi projectado, nem criado, pois não?
Continuo incrédula, com a quantidade de coisas, que no dia a dia me fazem parar por segundos e me levam a uma só, e mesma questão: ''Como era possível?''
Hoje, depois de ter aprendido a colocar-me em primeiro lugar, na minha lista de prioridades, de forma a encontrar a felicidade, em mim, percebo as diferenças, do antes e do agora, como que se de um jogo se tratasse, e eu conseguisse realmente ver e assinalar as diferenças.
Estou numa fase de êxtase interno. Pergunto-me vezes sem conta, como e que e tão fácil, e ao mesmo tempo, tão difícil de aqui chegar.
Há já vários meses, que ensinamos ao meu adolescente cá da casa, que se um dia tiver numa posição em que alguém, que a partida, será uma mulher, lhe pergunte se gosta, por exemplo, mais da saia castanha ou da preta, ele devera responder sempre com uma pergunta. ''E tu, qual gostas mais?''. Esta devera ser a resposta dele, excepto se se tratar de lingerie. Ai a pergunta devera ser outra. ''A lingerie será para agradar a ti ou a mim?''....Se ela disser a ti, então ele poderá responder a verdadeira opinião dele, caso contrario, ele devera deixar sempre a solução de volta a ela. No máximo, que diga algo como: ''Compra ambas!!!''. Se ela estiver realmente confusa e tiver poder de compra, e bem provável que o faca. Porem, se ela souber, no fundo, qual delas ela realmente sempre preferiu, então ela vai trazer a que certamente, já tinha em mente.
Isto acontece também, frequentemente, entre amigas, da mesma forma. Por isso, o meu conselho, para as amigas, e o mesmo, que dei ao meu filho. Quando dependemos da opinião das outras pessoas para fazermos algo na nossa vida, e sinal que a nossa auto-estima esta onde não deveria estar, ou seja, esta em baixo. Porem, se ela (auto-estima) estiver no chão, ai a conversa poderá ter que sofrer alguns contornos diferentes. Em determinados casos, talvez, seja preciso a opinião da amiga, do amigo, do namorado, do marido, etc..
Percebi que há pessoas, que devido a traumas de infância, precisam de ter esse apoio. Buscam uma aceitação constante, pois não a tiveram em crianças. Tentam, assim, agradar aos outros, com o intuito, muitas vezes, inconsciente, de serem aceites.
São pessoas que não foram devidamente valorizadas e/ou amadas, pelas suas individualidades, únicas.
Não e difícil isso acontecer. Defronto-me com uma sociedade que caminha meio perdida e sem rumo, para a valorização da individualidade de cada um de nos, como algo fantástico, mas que depois na pratica, não reconhece essa mesma individualidade, como um bem precioso, para ela própria.
Vejamos o caso das escolas. Onde se ensina a todos os alunos da mesma forma. Ainda que alguns possam ser mais tímidos que outros, mais extrovertidos que outros, mais artísticos que outros, mais desportistas que outros, etc, a verdade e que se espera, porque se esquece, porque não há meios, porque não há alternativas, para cuidar e educar cada criança ao seu próprio ritmo, de acordo com a sua própria individualidade.
Pedem-se e esperam-se por crianças robots. Que todas se comportem como iguais. Esqueçamos a individualidade, então, ate porque estamos em crise económica e não há dinheiro para investir num modelo de escolas diferentes. Em vez disso, pedem-se cada vez mais, professores robots. Com turmas de alunos, que quando não andam nas casas das duas dezenas, andam nas das três dezenas. Sendo humanamente impossível, premiar a individualidade de cada aluno, como realmente, cada um merecia. Torna-se imperativo, então, que a individualidade de cada um, seja motivada e desenvolvida em casa.
Mas então se eu perguntasse a qualquer pai e mãe se não concordariam que devêssemos ensinar aos nossos filhos, a colocarem-se em primeiro lugar nas suas prioridades, a resposta da maioria seria afirmativa, certamente. Se eu perguntasse aos mesmos pais se não concordariam que, de forma geral, os filhos aprendem melhor quando se lhes da o nosso exemplo, como referencia impar, a resposta, seria também afirmativa, certamente. Isso leva-me a uma outra questão. Quantos de nos se coloca, de facto, em primeiro lugar, na lista de prioridades da nossa vida, a ponto de os nossos filhos perceberem sem duvidas, e através do nosso exemplo, exactamente, de como o fazerem no futuro?
Ate agora, a minha curta experiencia, em me colocar em primeiro lugar, tem-me mostrado algo fenomenal. Sou uma pessoa que me considero feliz. Que me considero melhor mãe, melhor esposa, melhor amiga, melhor filha, etc. Não descarrego mais as minhas frustrações diárias com os meus filhos ou com o meu marido. Porque? Porque percebi que as minhas frustrações eram a consequencia de os colocar a eles, em primeiro lugar na minha vida. E sempre que o fazia, sempre que o fazemos, criamos expectativas. E as frustrações são a consequencia das expectativas. Criamos expectativas, porque, então? Porque temos necessidades varias e distintas. E sempre que existem esse tipo de necessidades, existem por norma, medos escondidos e difíceis de serem admitidos, por nos próprios. Vá lá. Parem lá uns minutos e imaginem uma situação, do vosso dia a dia. Vá, pensem lá, ninguém esta a ver. Depois digam lá se perceberam....combinado?