E a burra sou EU???
OK!!!
Para começar, agradeço imensamente a Deus me ter guiado ate aqui, a este lugar, fascinante, onde me encontro. Tem-se uma imagem privilegiada do mundo e por conseguinte, das pessoas também.
Após 5 semanas o Tomas ter começado as aulas, já se falou em mante-lo, na mesma classe no ano seguinte.
Na altura senti como se o meu filho tivesse já condenado, a receber um premio de burrice, por não ter capacidades de aprender como as outras crianças.
Fiquei triste, chorei e senti raiva.
Em primeiro lugar permiti-me a sentir tudo aquilo a que estava a sentir. Depois então, forcei-me a parar e pensar. A verdade e que eu já sabia fazer melhor. Já sabia que se tinha doido assim tanto, então e porque eu acreditava em cada uma das coisas que eu estava a sentir. Por isso doía...Dai as lágrimas. Tinha uma ferida e sabia que só eu a podia curar.
Ninguém nos pode magoar, se já não estivermos aleijados emocionalmente. E eu sabia já disto.
Claro que na altura eu acreditava que o meu filho não estava a aprender como as outras crianças. Claro que duvidava, se ele seria, o que na gíria definimos como ''burro''.
Não pensei imediatamente o que seria melhor para ele, mas para o meu Ego. Por isso sabia que alguma coisa de passava comigo.
Quantas vezes cá em casa não comentávamos que o Tomas, não tinha as capacidades intelectuais do João....
Obriguei-me a parar e pensar sobre o assunto e no que Eu, enquanto mãe do Tomas, acreditava que seria o melhor para ele. Afinal eu acredito que os nossos filhos nos escolhem para sermos os seus pais, e assim sendo, a resposta sobre o que seria o melhor para ele, estava em mim. Ele antes de nascer, já sabia que tipo de pais ele precisaria para o guiar, para o preparar para a vida adulta. Por isso, eu só tinha que encontrar as respostas em mim.
Já sabia também que para eu continuar a ser Feliz, enquanto mãe, bastava-me ser fiel a mim mesma e as minhas convicções, custasse lá o que custasse. Ser Feliz, passa por, enquanto mães, acreditarmos que tudo o que fazemos, e sem duvida o melhor para os nossos filhos, não porque os outros nos dizem, mas porque NOS Acreditamos nas nossas opções de verdade.
Percebi então, que não há pessoas mais ou menos inteligentes, mas pessoas dotadas para coisas diferentes. Que TUDO o que uma mãe quer (e um pai, também) e que os seus filhos sejam Felizes. Entendo que seja difícil para uns pais, ensinarem um filho a ser feliz, afinal, uns não sabem o que e a Felicidade, outros acham que ela não existe sequer, outros ainda acham que TER coisas e sinonimo de Felicidade. Eu sei, eu também já passei por sentir todas essas falsas e incorrectas crenças.
Mas eu sou a Professora da Felicidade e sei que posso ensinar aos meus filhos como serem Felizes. Também sei que os meus Amigos, representam um papel fundamental nesse processo, porque as emoções, são o que me impedem, de ter uma boa clarividência para tal. Por isso conto com a ajuda deles, neste processo.
Percebi, então, que o Tomas não era ''burro'', mas que me estava a tentar ensinar imensas lições de vida, enquanto eu o ajudava, também a crescer.
O Tomas ensinou-me o significado da palavra ACEITAÇÃO.
Eu já me tinha aceite, mas ainda não o tinha aceite exactamente da forma que ele concordou com Deus, que haveria de viver a sua vida.
Eu ainda não tinha aceite os meus filhos filhos exactamente como são. Nem ainda tinha acreditado que eles são realmente seres humanos únicos e especiais, e que por conseguinte, compara-los com os outros, estava a ser o meu gigantesco erro.
O João veio abrir caminho para umas mudanças na minha vida; o Tomas veio abrir caminho de outras formas.
Percebi que quando permiti que os meus filhos fossem comparados com os filhos dos outros, estava profundamente errada, mas convicta de que estava a fazer o melhor para eles, na altura, com os conhecimentos que eu sabia. Por isso, já me perdoei. Ter-me perdoado, permitiu-me não ficar com qualquer sentimento de culpa e em vez disso, pude seguir a minha viagem, rumo ao que eu sei que será sempre um lugar cada vez melhor para mim.
Percebi que o Tomas me ensinou uma grande lição!
Olhei para o João já então de forma completamente diferente. Seja lá o que for o Dom dele, ele não precisara de ter uma motricidade fina e grossa, demasiado desenvolvidas. Ele adora falar, ensinar, (mas não crianças! )....consigo vê-lo a ser um professor universitário de algo que ele queira, e Feliz.
Já o Tomas, adora fazer bolos e bolinhos. Adora fazer de cabeleireiro. Adora ajudar o pai nos furos e parafusos.
E se ele não precisar de ir para a Universidade para ser Feliz?
Isso fará de mim, uma mãe infeliz?
Não teria sido esta a questão de fundo?
Mas eu quero que ele seja feliz ou que vá para uma universidade, como parece ser os desígnios do irmão?
Será que eu achei que quem não ia para a universidade era ''burro''?
Não será por isso que Portugal e um pais de doutores sem emprego?
Não estarão as mães confusas, com o conceito de Felicidade?
Não terão influenciado os seus filhos a seguirem algo para o qual nem um Dom tinham, só porque Ter um curso, Ter dinheiro, Ter um qualquer bem visto emprego, seria melhor que lidar com o medo de que entre outros, os seus filhos fossem chamados de ''burros''?
Ou será que não acreditamos em profissões menos e mais valorizadas do que outras?
Não terá então o TER dinheiro, sobreposto o SER Feliz?
Quando e que se perdeu a noção de que um dos segredos para a Felicidade e a Gratidão?
Estarmos genuinamente gratos não e tarefa fácil !!! Nada Fácil....
Aceitar e estar grato pelo que se tem, pode ser mais difícil que um teste de acesso ao ensino superior.....
Os meus Amigos e todos os que foram ao meu primeiro Workshop sabem que eu já sabia, que a escola do Tomas se aprontava a querer mante-lo na mesma classe para o próximo Ano.
''Baseada nos conhecimentos de leitura dele...'', confirmaram-me hoje.
Sorri e irónica e retoricamente comentei '' Pensava que eu tinha a ultima palavra....''
Mas acham que depois de ter percebido, que o que nos faz, também, infelizes, e sermos comparados e acreditarmos nessas comparações, vou deixar que uma qualquer escola no mundo, ou na Irlanda, queira fazer-me acreditar que a quantidade de saber adquirido e mais importante que as amizades feitas pelo meu filho de 5 anos, argumento que julgam valido de o privar de seguir em frente?
Com a ameaça das consequencias da minha escolha, por parte da escola, opto por sem medos, acreditar em tudo o que o Tomas me ensinou.
Afinal EU estou aqui para o ajudar a crescer e ele a mim; enquanto a escola, esta na vida dele, para ele ter a oportunidade de aprender coisas que ele queira aprender. Quem avaliara o que ele aprendeu, será ele mesmo, um dia!
Isto e um belo exemplo, de como nos pormos em primeiro lugar enquanto Mães. Colocarmos aquilo em que acreditarmos e naquilo que queremos, no topo da nossa lista de prioridades, enquanto mães. Sem deixar que nenhum medico, professor, director ou outro, nos digam o que e melhor para os nossos filhos.
Espero que consiga inspirar os meus filhos....
Permitam-se ser Felizes!!!