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Procurando o 44

Procurando o 44

Procurando o 44

17.05.15

Porque ''Procurando o 44''?

Porque ha muito tempo que eu percebi que EU sempre fora 8 ou 80 e nao era Feliz. Porque queria mudar. Porque queria achar o meio termo. Achei que a formula seria a juncao do 8 com o 80 a dividir pelos dois numeros (8+80=88:2=44). Queria procurar a Felicidade. E eu sabia que a Felicidade advem de entre outros ingredientes, do equilibrio. E foi o que comecei a fazer. A procurar o equilibrio. Hoje percebo, que inconscientemente, eu ja sabia que se tratava de uma formula quase matematica. Todos podemos e devemos ter acesso. Aprende-la e coloca-la em pratica, sera algo apenas que os corajosos e audazes fizeram, fazem e farao. Aos inconsequentes aguarda-lhes a privaccao; aos audazes a Felicidade.

 

Vamos embora!!!

Nao considero um regresso, porque nenhum de nos se parece com o ser humano, que saiu de Portugal, ha quase 10 anos. Ja temos data prevista. Ja ponderamos. Ja dormimos sobre o assunto. Ja pesamos pos e contras. Ja tracamos um plano. Ja decidimos. Vai acontecer.

Ao longo destes quase 10 anos, sempre que a vida se encarregava de fazer cumprir o seu proposito, e nos dava uma licao, a vontade de regressar, vinha ao de cima. Tal como um bom filho quer ir a chorar para o colo da mae, sempre que a vida o obriga a crescer e lhe da uma licao dura e dificil. A vontade de regressar e a de procurar o colo da mae, sao o que considero a ''zona de conforto''. O voltar para casa, onde nos sentimos seguros e a salvo. Admito que ao escrever estas palavras, me veio a ideia, os suicidas. Que ao sentirem que estao completamente perdidos neste mundo, decidem sozinhos, voltarem para ''casa''. E neste instante, me pergunto, que o meu Deus, o Deus de Amor,  nao podera sentir mais que uma profunda compaixao, por estes seres humanos, que nao conseguiram terminar suas tarefas, como previsto e acordado, com Deus, como assim acredito acontecer.

Sempre que nos sentiamos, desequilibrados, queriamos voltar. Com o passar dos anos, habituamo-nos a como sobreviver aos desequilíbrios, com estratagemas conhecidos por todos, mas reconhecidos por muito poucos. Com compras! Camuflamos os nossos desequilíbrios com um falso sentimento de cura. Como os pensos rapidos! Em vez de deixarmos a ferida exposta e curar ao ar livre, mesmo, que as vezes, possa doer mais, tentamos remediar a situacao, com compras, como um penso rapido! Escondemos a ferida!

Em  Julho ou Agosto de 2013, a minha ferida levou com alcool em cima e doeu e .......curou!

Escrevi aqui sobre o ''alcool'', mas acho que ninguem percebeu a profundidade desses berros de dor.

Dessa forma, e por isso mesmo, comecei a aceitar a Irlanda e a gratidao surgiu naturalmente. Comecei a aceitar e a compreender tudo a minha volta. Viemos para a Irlanda sem medos, nenhuns. Confiantes de que tudo iria correr bem. E assim aconteceu. Exatamente porque comecamos uma nova vida, num novo pais e estavamos dispostos a aprender com os erros que tinhamos cometido em Portugal. Queriamos aprender e corrigir erros!!! Acredito que por isso mesmo, tudo o que financeiramente desejamos, conseguimos. Tudo!

Ao final de dois anos compramos a nossa casa com jardim e tornamo-la no nosso lar.

Compramos um dos carros que sempre sonhei, e depois outro.

Compramos o Mozart- o nosso cao.

O Tomas e o Rafael foram desejados e fizeram-nos concretizar esse desejo, tambem.

Colocamos um trampolim e escorregas e baloicos no jardim.

A mesa e as cadeiras de madeira fizeram-lhes companhia.

Cada candeeiro e cada electrodomestico, foi escolhido ao pormenor.

Cada azulejo de cada WC e cada cor de cada carpete de cada quarto foi escolhida cuidadosamente.

O maridao foi promovido novamente.

Eu dei seguimento a um sonho escondido de menina. Derrubei o medo e acabei por ficar em casa a educar os meus filhos e a cuidar de tudo, como sempre desejei secretamente.

Fomos de Ferias uma ou duas vezes por ano a Portugal.

Compramos televisao a 3 dimensoes. Cada menino tem a sua consola e a sua televisao. Cada um tem o seu tablet. O Joao tem o seu computador portatil e cada um de nos, os adultos tambem.

Nada nos falta. Vivemos altos e menos altos. Mas nunca nos faltou dinheiro para pagarmos as nossas obrigacoes.

Chegamos ao topo, do que eu sempre desejei. Do que eu sempre sonhei.

A gratidao a Deus, ou ao Universo, como desejarem, existe e pratico-a, quase diariamente. Aprendi a pedir proteccao a Deus, acima de tudo, de mim mesma e dos meus pensamentos negativos. Aprendi a proteger-me e a proteger os meus filhos. Aprendi tanto. A Irlanda deu-me tanto. Mas tanto....

Com o isolamento, como consequencia das minhas escolhas, encontrei o tempo para pensar e ler. E a dada altura, percebi que nao pertencia a lado nenhum. Percebi entao, que me tinha encontrado verdadeiramente. Encontrei a Luz. Encontrei-me. Sai do escuro da caverna, em que tinha vivido toda a minha vida. Percebi que queria e podia ensinar e inspirar outros a querer fazer o mesmo. Bastava que eles confiassem. Que tivessem Fe. Acreditassem em mim e no facto que e possivel. Percebi que eu comecava a falar e sentir quase parecido como o mais conhecido de todos os Iluminados. E comecava a falar como outros tantos que entretanto entraram na minha vida de varias formas.

Depois de ter aceite a minha vida na lrlanda e praticar e sentir a gratidao, percebi que cada licao futura sera mais dura de aprender, ate eu me tornar numa perita da minha propria vida. Uma mestre da minha vida, sem nunca esquecer que enquanto ser humano, estarei longe de ser perfeita, mas cada vez mais consciente das minhas imperfeicoes e vulnerabilidades. Percebi que quanto mais aprendia, mais humilde me ia tornando. Percebi que o que ontem achava como verdade absoluta, no dia seguinte, podia muito bem, deixar de o ser. Que nao existiam verdades absolutas, mas apenas relativas.

Na minha busca pela Felicidade, percebi que o equilíbrio e uma peca fundamental e descobri como o alcancar tambem. Percebi que afinal, eu ja sabia a teoria toda, mas ainda assim, me faltava alcancar o verdadeiro equilibrio. Porque dele fazem parte a familia e os amigos, e estes nao se podem comprar. Pelos menos, nao os meus amigos ou a minha familia.

Nao partilhamos dos mesmos gostos sociais da Irlanda. Nao vamos aos pubs e nem temos desejo ou interesse em faze-lo. Nao nos termos em que eles o fazem. E por isso nao fazemos amigos, enquanto casal.

Os meninos (e nos!) nao tem a vovo Bela, nem o vo Angelo, nem o vo Ze, nem a vovo Mina. Nao tem a madrinha Bela, nem o padrinho Nuno, nem brincam com o Miguel. Nao tem a madrinha Beta, nem bricam com o Jorge. Nao tem o sorriso da Lili, nem o xi coracao da Laurinha ou o Ola bem disposto do Sr.Domingos. Nem brincam com o Martim ou o Vasco, nem as vezes, com o Alexandre. A Mariana nem a conhecem se a virem. Tal como nao conhecem a Ines, nem o Kiko. Nem a Patricia, nem o Lino. Sei que se lembram da tia Bina. Porque ainda a vao vendo no skipe. Nao se lembram do Fifas, nem da Dina. Nem do tio Filipe, nem da Filipa, nem dos primos gemeos, nem do bebe Alex. Ja nao se lembram do primo Mario, nem da Rosalia. Mas lembram-se da Maria e da prima Joana e do Ze e dos 3 mosqueteiros.

O Joao e os meninos podem ter feito novos amigos. O pai e eu tambem, de certa forma. Mas os avos, sao mestres em tolerancias e em dar mimos. E sejam paternos ou maternos, nao se conseguem substituir. Ha algo de unico em cada um deles. Talvez sejam os genes. Ou talvez seja uma forma de amor, que devido a minha idade ainda nao reconheca. Quem os tem, sao portadores de perolas. Sao ricos sem o saberem.

Vivemos 11 meses por ano, enfiados em casa, ou no trabalho e na escola. Vamos a Macdonalds uma vez por mes. Vamos a praia quase todo o ano, de gorros e galochas. Mas ate a isso nos habituamos.

Tivemos de deixar de fumar quando fiquei em casa, pois o dinheiro nao dava para tudo, como ja aqui referi antes.  Raramente compramos uma garrafa de vinho. Nao tomamos o pequeno-almoco fora de casa, nem vamos a restaurantes. Temos um budget para as compras do mes e para tudo o resto, porque tem que se poupar para irmos visitar todos, a Portugal, nas ferias. E precisamos de ir de aviao, os cinco. Por isso, aprendi a equilibrar as contas. Nao vou ao cabeleireiro, nem arranjar as unhas, nem as sobrancelhas, nem vou a depilacao. Ha outras prioridades.

Confesso que e raro, mas, as vezes, tenho vontade de ir ao cabeleireiro. Mas nao me dou a esse prazer, por isso, nao o faco e fico tristita. Porque e o que acontece, quando nao nos permitimos ou nao podemos usufruir de um pequeno prazer. Mas aqui, ha muitos prazeres, que nao custam nada, como quase todos os nossos prazeres, mas nao estao acessiveis. Nao estao ca. Um abraco de um amigo. Uma palavra dos pais. Um dia de sol, ou um sem vento, ou um sem chuva, que calhe a um sabado ou um domingo, para um saida em familia, com os meninos. 

Temos contornado tudo isso, com actividades indoor. Com as consolas! Porque num dia de chuva, e sao muitos, nao podemos alternar as visitas aos avos e aos padrinhos e tios e amigos.

Podemos fazer amigos, eventualmente. Mas ha licoes que a Irlanda me proporcionou aprender e que agora por isso mesmo, estou preparada para outras licoes. Aprendi estas, por isso, para evoluir, enquanto ser humano, o proprio universo encarrega-se de me dar outras. Porque e para exatamente isso, que vivemos. Para nos permitirmos evoluir. Para aprendermos. E assim sendo, depois de uma licao aprendida, passamos a proxima e assim, consecutivamente.

Sim, o dinheiro e necessario; mas nao importante!

No outro dia, eu, o Joao e o maridao, fizemos uma lista de coisas que nos dao prazer fazer, para as introduzirmos no dia a dia, de cada um de nos. De todas elas, sao pouquissimas, as que precisamos de dinheiro. Algumas delas, de muito pouco.

Para se ser Feliz, precisamos de aceitar o que temos. Precisamos de saber o que e a gratidao. Precisamos de equilibrio a todos os niveis. Precisamos de vencer os medos. E nos ficamos com medo de voltar a Portugal. Ensino aos meus alunos e aos meus filhos que depois de se ultrapassar um qualquer muro de medo, o universo da-nos o que estava por detras desse muro, que nos proprios construímos.

A lei da sobrevivencia, ensinou-nos a camuflar. Bem ou mal, foi o que conseguimos fazer com o que tinhamos. Tipo escuteiros, que fazem o melhor que sabem, com o que tem. E nunca pode estar mal, se nao tem ninguem quem lhes ensine a fazer melhor. E nos nao tivemos. Ate eu descobrir, quem eu sou e o que eu posso fazer. O meu poder. O poder que na verdade todos temos, mas desconhecemos. Nao sou eu que me acho especial. Somos todos!

Vou assim derrubar o medo de ir a procura de mais. Eu quero mais. Quero o sonho completo. Quero o melhor dos dois mundos. E vou ter. Vou derrubar o medo de voltar e vou ser Feliz. Vou continuar a trabalhar com alguns dos meus pacientes e amigos. Vou continuar a dar workshops e dar cursos de como se pode chegar a Felicidade. Vou mostrar aos meus filhos, como se faz. Nao lhes vou apenas ensinar com palavras, mas vou mostrar-lhes com as minhas accoes. Quando chegarmos a Portugal, um dos livros, ja vai estar escrito. Vou-me por em primeiro lugar da minha lista de prioridades e vou ser Feliz.

Claro que quando a ideia comecou a ficar seria o medo surgiu. E era um monstro gigantesco!

Mas eu tambem aprendi a lidar com o medo. E uma das coisas e saber esquarteja-lo. Colocando assim a besta mais fraca, pronta a ser abatida. Pedaco a pedaco, fomos eliminando-o. E depois disso, voltar passou a ser uma opcao e uma questao de tempo e nao um correr para a ''zona de conforto''.

Foi tudo isto e muito mais, que a Irlanda me ensinou, me permitiu aprender.

Vou-me permitir ser Feliz!

Porque ser Feliz, nao e para qualquer um; ser Feliz e o premio que assiste aos corajosos e aos audazes.

E eu..bem...eu descobri que ja posso ser feliz em qualquer lado, e que por isso mesmo, ja posso voltar.

Porque eu quero e eu mereco!

 

PS. Ja vos disse que em ingles, nao ha acentos? ;)

 

 

 

 

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